Os últimos 20 anos foram marcados por três fatores que condicionaram fortemente a arquitetura e a atividade de projeto em Portugal: a consciência crescente da necessidade de uma construção sustentável, a evolução tecnológica e o nível de exigência relativamente ao espaço que habitamos.
O impacto dos edifícios no ambiente é enorme, quer na sua produção, quer na sua utilização. A indústria da construção representa cerca de 10% do PIB mundial e o consumo de energia elétrica em edifícios habitacionais e de comércio e serviços representa cerca de 50% do consumo total.
A consciência crescente de uma sustentabilidade necessária tem-se manifestado na gestão da energia e da água, na utilização de recursos naturais no fabrico dos materiais de construção e na produção colateral de resíduos poluentes. Mas, apesar dos avanços neste setor, há ainda um longo caminho a percorrer.
A evolução tecnológica tem-se vindo a refletir, quer na atividade do projeto, quer na qualidade do edificado. Por um lado, a tecnologia tem permitido a realização de melhores projetos, com possibilidade de validações múltiplas, quer do ponto de vista criativo, quer do ponto de vista técnico. Por outro lado, possibilita uma melhor compatibilização entre projetos e o aumento da quantidade e qualidade da informação transmitida para a obra. A tecnologia tem sido importante, também, para a melhoria dos espaços que habitamos, tornando-os mais eficientes do ponto de vista energético, mais confortáveis e mais funcionais.
Por último, o novo conceito do «habitar» tem introduzido novas funções no espaço residencial, para além das tradicionais, isto é, comer, dormir e socializar. A pandemia, com os longos períodos de confinamento a que nos obrigou e com a emergência do teletrabalho, veio acelerar esta tendência. São exemplos destas novas funcionalidades, por exemplo, o espaço de trabalho ou de prática de exercício físico. Por outro lado, a relação com o espaço também saiu reforçada, verificando-se uma valorização da fluidez e da intriga espaciais e da relação com o exterior.
Tudo isto tem sido possível graças a uma nova e talentosa geração de arquitetos portugueses, que coloca o nosso país entre os primeiros quanto à qualidade da sua produção, bem patente nos conteúdos da Villas&Golfe, ao longo destes 20 anos.
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